sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Sobre relações


Ela saiu cabisbaixa. Não sei bem o que houve, mas sei que estava triste. Ou decepcionada. Algo assim, desse gênero. As mulheres são estranhas. Hoje em dia eu nem ligo muito. Mas dessa vez eu até pensei em perguntar o que havia acontecido. Criei coragem e tudo, mas cinco minutos depois eu já tinha mudado de idéia. Esperei ela sair. Peguei uma cerveja e deitei no sofá. “Devia ter perguntado como ela está.”
Vi a carteira em cima da mesa. Um papel dentro. Peguei o telefone. Disquei.

_ Fala.
_ Fala o quê?
_ Ué. Você não me ligou?
_ Liguei...

_ Então, fala!
_Calma, não precisa ficar nervosa.
_ Eu não tô nervosa, só com pressa.
_ Com pressa é? Por quê?
_ Porque tô no meio da rua. Tô atrasada. Preciso correr.
_ O que você tinha quando saiu?
_ Como assim?
_ Você. Tava diferente.
_ Eu não.

_ Ah... Então tá. Tchau.
_ Tchau.


Cinco minutos e o telefone toca.

_ Oi.
_Oi. Olha só... Você me ligou só pra dizer isso?
_ É. Fiquei preocupado.
_ Ah... Obrigada por se preocupar comigo.
_ Não. Tudo bem. Afinal, você dormiu aqui.
_ E onde você achou meu telefone?
_ Você esqueceu a carteira, e tinha um cartão seu dentro.
_ Esqueci?
_ É.
_ Droga! Um dia desses esqueço a cabeça.
_ É... Mas eu não mexi não, viu? O cartão tava no bolsinho de fora e... você sabe... é transparente.
_ Sei.
_ Então...
_ Quando eu posso ir pegar?
_ Pegar o quê?
_ A carteira.
_ Ah... Quando você quiser. Provavelmente eu não vou estar mais aqui... Mas você pega na recepção.
_ Tá.
_ Tenho que desligar.
_ Aham...
_ Ah! Peraí... Como é mesmo o seu nome?
_ Mônica...
_ Ah, é.
_ E o seu?
_ Marcelo.
_ É mesmo. Lembrei.

_ Então tá Juliana...
_ É Mônica!

_ Ah é... Desculpa. Tô meio sonso hoje. Tchau Mônica.
_ Tchau.

“Acho que ela seria a mulher ideal, se não fosse tão quase-perfeita. Corpo, olhos, beijo. Muito inteligente. Muito safada também. É... Seria ideal.” Mas os homens têm medo das mulheres ideais, ou das quase-perfeitas. Não daria certo. Ideal demais enjoa.

Deixo a carteira na recepção. Pago a conta. Vou embora.

CONCLUSÃO MASCULINA: “Boa de cama. Quem sabe um dia ela me liga.”


Saí cabisbaixa. Foi tudo muito bom. A noite, a cama, o vinho... E ele! Ah... Homem quase-perfeito! Lindo, inteligente, educado e bom de cama! Saí desinteressada, pra não achar que eu tava dando bola. Ele nem perguntou. Aí fiquei nervosa. Atravessei a rua e o telefone toca. Era ele. “Podia não atender pra largar de ser besta. Mas se ele tá ligando, é porque gostou de mim. Talvez queira marcar hoje à noite.” Atendo rude.


_ Fala.
_ Fala o quê?
_ Ué. Você não me ligou?
_ Liguei...
_ Então, fala!
_Calma, não precisa ficar nervosa.
_ Eu não tô nervosa, só com pressa.
_ Com pressa é? Por quê?
_ Porque tô no meio da rua. Tô atrasada. Preciso correr.
_ O que você tinha quando saiu?
_ Como assim?
_ Você. Tava diferente.
_ Eu não.
_ Ah... Então tá. Tchau.
_ Tchau.

“Como os homens podem ser assim? Insensíveis, hipócritas, arrogantes!” Deixei minha carteira em cima da mesa, com o telefone à vista. Era um motivo pra eu voltar lá ainda hoje, e uma dica “ME LIGUE”! Os homens são todos burros mesmo! Desde que nascem precisam de um empurrãozinho, dicas, ajuda feminina. “Se a mãe não ensina a segurar o pinto na hora de urinar morre urinando na borda do vaso. E se não é a mãe, sobra pra esposa, namorada, noiva... Ou pra prostituta do fim de semana. No fim, eles sempre precisam de uma forcinha”. Pego o telefone. Nada de ligação. Então... Eu ligo.

_ Oi.
_Oi. Olha só... Você me ligou só pra dizer isso?
_ É. Fiquei preocupado.
_ Ah... Obrigada por se preocupar comigo.
_ Não. Tudo bem. Afinal, você dormiu aqui.
_ E onde você achou meu telefone?
_ Você esqueceu a carteira, e tinha um cartão seu dentro.
_ Esqueci? _ É. _ Droga! Um dia desses esqueço a cabeça.
_ É... Mas eu não mexi não, viu? O cartão tava no bolsinho de fora e... você sabe... é transparente.
_ Sei.
_ Então...
_ Quando eu posso ir pegar?
_ Pegar o quê?
_ A carteira.
_ Ah... Quando você quiser. Provavelmente eu não vou estar mais aqui... Mas você pega na recepção.
_ Tá.
_ Tenho que desligar.
_ Aham...
_ Ah! Peraí... Como é mesmo o seu nome?
_ Mônica...
_ Ah, é.
_ E o seu?
_ Marcelo.
_ É mesmo. Lembrei.
_ Então tá Juliana...
_ É Mônica!
_ Ah é... Desculpa. Tô meio sonso hoje. Tchau Mônica.
_ Tchau.

"Inacreditável! Transou comigo a noite inteira e não lembrou meu nome. Melhor fingir que também não sei pra não fazer papel de besta.”

Devia ter morrido virgem! E solteira. Virar beata. Devia nem ter nascido. Odeio os homens. Odeio aquele cara idiota e estúpido! Nunca mais quero ver ele na minha frente!

CONCLUSÃO FEMININA: “ Eu to completamente apaixonada!”

9 comentários:

Unknown disse...

HAEIuHAEIuEAHiaeuhIAEUHIAEUHAE

legal a historia, retrata algo
não sei o que
aehiaeuhaeiueahiueahiaeuheiauae

mais mulher é folgada também né? queh tudo nas mãos, se não batalhar não consegue o que quer, isso ae é na baixa viu

Gharon, O Silencioso disse...

Hahahahahaha muito bom, bem real...!
Mas eu não sou tão assim, eu esqueço de algumas coisas e não percebo outras, mas esquecer o nome é demais e não convidar pra sair de novo... é demais!

Caroll . disse...

Massa!

Não posso relatar experiências...
Mas pode ser que um amigo de um amigo de um primo meu tenha tido algo semelhante...

=D

Diálogo deveras interessante...
Relações tipicamente humanas...
fazer o que né?!

=P

Zéder disse...

Oieee'
Que bom que voltou!!

Por pura timidez bloqueei o 'Bloco de notas sobre o vento', agora apenas para convidados -amigos de sempre e amigos novos-, vou prontamente lhe enviar um convite! Também bloqueei para me sentir mais à vontade para falar mais besteiras, viajar mais nas mesmas maioneses psicodélicas de sempre kk os mesmos blá blá blás, etc etc :D

voltarei aqui sempre!

grande bjo :)

Neto Macedo disse...

Nossa Manuh! Dessa vez você se superou! Hehehe... Gostei desse demais. Quer dizer o que? Que mulheres se apaixonam por homens que adotam um comportamento meio blasé em relação a elas? Heheh... Acho que vou começar a fazer isso de hoje em diante.

Agora, esse cara tá muito esquecido não? Como assim não lembrar o nome da moça? Hahahahah... É impossível. =)

Anna Clara disse...

isso aí eu chamo de meu complexo de mulher de malandro. droga.

Anônimo disse...

Frustações amorosas têm passado ultimamente? Ok, sei que sim... é só pra reforçar...

Pra quê tantas generalizações?

Anônimo disse...

AHhhhh....eh CREEEEUUUUUUU!!!

Anônimo disse...

Wagner Jr.

AAAAHHHHH.... CREEEEEEEEEEUUUUUUUUU!!! (2)