segunda-feira, 3 de agosto de 2009

assim,

Construí os seus detalhes de papel marche. Mas papel marche não suporta água, vento, sol. Papel marche é frágil. Papel marche não presta.
Desenhei você nos meus extratos velhos. Mas extratos se apagam. Extratos não prestam. Prendi o sabor dos seus lábios na minha bituca de cigarro. Mas bitucas são lixo. Bitucas, definitivamente, não prestam.
Cada parte boa de você esteve perto, por milésimos de um segundo.
Eu vou me ater ao seu de bom. Vou me ater ao seu sorriso, e à parte em que você fez tudo ser perfeito. Mas não quero nada que me lembre você, quando você se for.
Quero frases suas num guardanapo velho, sua digital nos meus cabelos, suas roupas no meu chão. Coisas que se pode queimar, lavar, catar e jogar fora.
Quero um minuto do seu mais doce sorriso, dois minutos do seu mais tenro olhar.
E quero que você não hesite quando estiver pronto para atravessar aquela porta.

2 comentários:

Vinícius D'Ávila disse...

Gostei! Guardar lembranças nos descartavel!

Acabr com nossas manias de querer eternizar tudo!

Charles Canela disse...

eu guardo aqui num papel de pão, com uma caneta falhando á tinta um "eu te amo" que não se fez de verdade mas que eu nunca esqueci