Recostei-me na cadeira num desleixo preciso, com medo de que você não percebesse a minha solicitude. Você não percebeu. E o esmero com que retalhei meus cabelos por cima dos ombros nus foi em vão. Atravessou as mesas, confuso, e não me deixou mostrar o que tinha guardado para você. Deslizei a mão pelos joelhos delicadamente abertos, acariciei o pescoço sorrateiramente. Docemente ordinária, vagamente sutil.
Você nem sempre sabe enxergar o que está à sua frente. Ainda tem seus tempos de menino, enquanto eu me proponho a ser apenas mulher. Esperei, e soube, por entre risos e olhares, que você queria o que eu posso ter. Mas não consigo ignorar as vírgulas infames que leio, os olhares vis que me atormentam.
Me lembro de você em outra vida, num passado que há muito não me vinha à memória. Mas você era alguém que já não é, e o que é agora é o que me pertence.
Pensei nisso quando te li nos meus sonhos, e enquanto ofegava delicadamente na cadeira, esperando um olhar extraviado, mínimo que fosse, por entre os gestos e palavras com que você presenteava todos os outros. Senti a sua boca nos meus dedos, e ouvi você dizer suspiros, e amei a forma como passava os dedos nos meus quadris, daquela forma tão fingidamente casual. Eu me entrego aos seus olhares, e me seduzo pelas suas mãos. Mas há um quê que me limita a ser sua, e que faz o coração se remoer. As vírgulas, meu amor, e aqueles atemorizantes olhares vis.
Você nem sempre sabe enxergar o que está à sua frente. Ainda tem seus tempos de menino, enquanto eu me proponho a ser apenas mulher. Esperei, e soube, por entre risos e olhares, que você queria o que eu posso ter. Mas não consigo ignorar as vírgulas infames que leio, os olhares vis que me atormentam.
Me lembro de você em outra vida, num passado que há muito não me vinha à memória. Mas você era alguém que já não é, e o que é agora é o que me pertence.
Pensei nisso quando te li nos meus sonhos, e enquanto ofegava delicadamente na cadeira, esperando um olhar extraviado, mínimo que fosse, por entre os gestos e palavras com que você presenteava todos os outros. Senti a sua boca nos meus dedos, e ouvi você dizer suspiros, e amei a forma como passava os dedos nos meus quadris, daquela forma tão fingidamente casual. Eu me entrego aos seus olhares, e me seduzo pelas suas mãos. Mas há um quê que me limita a ser sua, e que faz o coração se remoer. As vírgulas, meu amor, e aqueles atemorizantes olhares vis.
4 comentários:
UM OLHAR.
Meus olhos.
Em você.
E se doa, e remói, espera, dói... é tudo consequência afinal! E a subintenção é uma das melhores coisas da vida não é mesmo? Que os finais bonitos acompanhem reticências.
bjs, gatan.
'o que que é que você tá stressada, gata?' :p
sim, ficamos prontinhos e recptivos para um grande amor e a pessoa que queremos ainda não alcançou esse patamar...
Ou alcançou... mas nem sempre a reação é a que se espera.
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