terça-feira, 14 de outubro de 2008
mais alguma pornanchanchada caótica
e como de ociosidade já me bastam as tardes de domingo, resolvi sair à noite. intrigada, como de costume. passando em meios diversos, do mainstream ao underground. detesto rótulos, mas não há para onde correr. só rotulando para entenderem o que se quer dizer. já que sociedade de merda da qual fazemos parte é toda definida por rótulos. e já quase às duas da madrugada o meu telefone tocou. esse mesmo que não toca nunca. ele me pegou num daqueles botecos copo sujo ao extremo, compramos umas garrafas de vinho e cigarros, e fomos a um ponto ermo da cidade. abri minha vida num painel, já não nos víamos há anos. e como eu amo falar demais. eu falei demais. e inconscientemente (ou não) a cena toda ganhou um ar esnobe-hollywood. a vida dispersa do meio. e éramos apenas dois. dentro de um carro, parado, no fim de algum lugar. e se não nos tivéssemos beijado naquele instante, seria em outro, porque era de se esperar que nos beijássemos. ele não é o meu homem, eu não sou sua mulher. sabemos que nunca daria certo. mas a maldade do momento era instigante. algo como: me faça sofrer, porque é assim que eu gosto. de ambos. mãos, pés, e vidros embaçados, corpos embaraçados. e rlou um sexo nada selvagem. e nenhum dos dois chegou ao gozo, mas fingiram, os dois. nunca soube que homem finge. mas valeu a tentativa falida. depois nos vestimos e vimos o nascer do sol. com a mesma graça de quando tínhamos doze anos. mas com outra malícia. com alguma malícia. com um sorriso sacana, no canto dos lábios, dizendo: fizemos coisas impuras, no lugar errado e agora vamos pro inferno, bagunçar a vida do sr. capeta.
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